30 de outubro de 2012

Coletivo de Juventude da CUT-RJ leva a pauta do Trabalho Decente para a Central do Brasil

Thiara Nascimento durante ato no Rio de Janeiro
A ocupação da Central do Brasil foi a atividade determinada pelo Coletivo de Juventude da CUT-RJ para popularizar as bandeiras de luta pelo trabalho decente. Essa foi mais uma das atividades promovidas para a Jornada Mundial pelo Trabalho Decente. A panfletagem na Central contou com a participação de Robson Souza ( Sintrafrio) e Jadir Batista (CUT-RJ). Também participaram Maria do Céu Carvalho, secretária de Formação da CUT-RJ ,Thiara Nascimento, secretária de juventude e os membros do coletivo de juventude: Rodrigo Concli (Bancários), Maurício Rossi (Oposição Sepe) e Luis Fernando Palazzi (Metalúrgicos). Ao microfone, os sindicalistas falaram sobre a importância da agenda do trabalho decente na estratégia da CUT e alertaram à população sobre o alto índice de desemprego juvenil, tema da Jornada esse ano.
 
Em todo o mundo são mais de 75 milhões de jovens desempregados, segundo a Organização Internacional do Trabalho – OIT. Entre 2007 e 2011, o desemprego entre jovens no Brasil, caiu de 21,8% para 15,2%. No entanto, no Rio de Janeiro esse índice ainda é elevado, 19,5%. Entre esses, há um grande número de jovens mulheres que não trabalham ou estudam, pois faltam políticas de apoio à conciliação de estudos trabalho e vida familiar. Muitas dessas jovens já são mães ou acabam cuidando de seus irmãos menores, para que suas mães possam trabalhar, afirma Lais Wendel Abramo - diretora do escritório da Organização Internacional do Trabalho no Brasil. As mais penalizadas com essa situação são as jovens negras que, com poucas alternativas, recorrem à informalidade para sobreviver. Sendo assim, profissões que não exigem escolaridade se tornam o destino dessas jovens, perpetuando a condição de pobreza em que vivem.
 
Segundo a Unesco, a falta de qualificação entre os jovens é a maior causa do desemprego. O 10° Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos mostrou que a população jovem do mundo é a maior que já existiu e que um em cada oito jovens está desempregado. Além disso, mais de 25% estão em trabalhos que os deixam na linha da pobreza ou abaixo dela, com rendimento inferior a US$1,25 por dia.
 
Segundo a diretora da OIT, em todos os indicadores de mercado de trabalho existe uma diferença grande entre brancos e negros. “As mulheres negras estão sempre na pior situação porque elas acabam vivenciando uma dupla desigualdade e, até 2009, cerca de 28% delas estavam fora do mercado de trabalho.  Entre brancos e negros, os níveis da desigualdade ainda são elevados, pois, historicamente, os negros são de escolaridade inferior. No entanto, mesmo quando analisados negros e brancos na mesma faixa de escolaridade, os negros recebem cerca de 30% menos que os brancos”, ressaltou. Para ela, políticas de ação afirmativas, como Programa Universidade para Todos (Prouni) e cotas para negros nas universidades, têm ajudado a combater essa desigualdade histórica.

Os participantes se mostraram satisfeitos com a atividade na Central do Brasil. Muitas pessoas pararam para escutar as falas, fazer perguntas e também denúncias sobre problemas em seus locais de trabalho. O local de grande movimentação de  trabalhadores no Centro do Rio de Janeiro deverá ser utilizado para ações sindicais da CUT de forma permanente, conforme deliberação do seminário de planejamento da direção da central.
 
Por Thiara Nascimento - Secretária de Juventude CUT-RJ e CONTAC – Confederação Nacional dos Trabalhadores das Indústrias de Alimentação da CUT.

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