18 de abril de 2013

Comissão de Juventude Metalúrgica do ABC quer ampliar ações

Representantes da juventude metalúrgica reunidos em Cajamar
Lutar por melhores cargos e salários, trazer mais jovens para as discussões e realizar encontros regionais de juventude. Essas foram algumas das metas traçadas pela Comissão da Juventude Metalúrgica do ABC, durante encontro em Cajamar, no último final de semana.

Trabalhadores em fábricas de São Bernardo, Diadema e Ribeirão Pires, participaram dos dois dias de encontro.

“Saímos com tarefas importantes e metas importantes e metas ousadas para os próximos meses”, afirmou Rebeca Azevedo, integrante da Comissão e que faz parte do CSE na Mercedes-Benz. 

“O maior objetivo é aumentar o tamanho da comissão e mostrar ao jovem metalúrgico que ele é muito importante nesse momento da categoria, principalmente onde se discute o futuro e o novo regime automotivo, o Inovar Auto”, completou Rebeca.

Juventude na Mercedes

Rebeca assumirá nos próximos dias a comissão de juventude na Mercedes, que será reativada junto com as comissões de pessoas com deficiência e de mulheres.

“É importante mobilizar a juventude na fábrica, principalmente pelo momento atual, onde os todos os trabalhadores debatem o futuro da montadora e a possibilidade de novos investimentos, e o jovem tem muito interesse nesse assunto”, disse Rebeca.

“Mas ainda somos muito poucos e temos espaço para ocupar e crescer, e esse é o momento”, finalizou.

17 de abril de 2013

Estatuto da Juventude é aprovado pelos senadores

Proposta permite garantias nas áreas de saúde, educação, trabalho, lazer, mobilidade e acesso à Justiça para mais de 70 milhões

O Estatuto da juventude foi aprovado nesta terça-feira (16/04) no Senado e vai garantir uma série de garantias nas áreas de saúde, educação, trabalho, lazer, mobilidade e acesso à Justiça para mais de 70 milhões de brasileiros. Um dos pontos de consenso prevê a ampliação da oferta de bolsa de estudo em instituições privadas e financiamento estudantil. O projeto agora vai para a Câmara. Se aprovado pelos deputados, os benefícios previstos no documento ainda precisam ser regulamentados.

O texto tramita há quase dez anos no Congresso Nacional. A primeira proposta foi aprovada na Câmara dos Deputados em outubro de 2011 e pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal, há dois meses.

Segmento estratégico - De acordo com Angela Cristina Santos Guimarães, presidenta do Conselho Nacional de Juventude, a aprovação do texto marca um momento histórico para os jovens do País. “Vivemos décadas em que os jovens eram sequer levado em consideração pelo Estado brasileiro e a juventude é um segmento estratégico para o desenvolvimento do país. Tem direitos concretos garantidos aí”, disse. 

“O fundamental do Estatuto da Juventude é que ele é uma declaração de direitos para a juventude brasileira e não pode ser aceita a restrição a esses direitos. Quero confiar que com a regulamentação não seja cedido 1 milímetro sequer”, disse o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), um dos relatores do projeto de lei complementar.

As novas regras também permitirão aos jovens que comprovarem renda familiar até dois salários mínimos direito a duas vagas gratuitas em ônibus interestaduais e mais dois lugares com desconto de 50%. “Obviamente que é um direito que estamos assegurando e o sistema de transporte vai se ajustar para garantir esse direito”, disse Randolfe. 

Jovens e idosos - Para o senador Paulo Paim (PT-RS), que também foi relator da proposta, não será difícil garantir o cumprimento da regra. “A mesma redação eu coloquei no Estatuto do Idoso. Não deu problema, e a própria empresa assimilou [os custos]. E essa moçada vai fiscalizar e denunciar. [Quem não cumprir], vai pagar multas que são 100 vezes o valor das duas passagens”, declarou Paim. 

Quarenta por cento dos ingressos para espetáculos culturais e esportivos do País serão obrigatoriamente reservados para estudantes e jovens pobres. O benefício foi assegurado nesta terça-feira (16/04) pelos senadores que aprovaram o Estatuto da Juventude. Eles conseguiram contornar as divergências que atrasavam a apreciação do texto que reúne um conjunto de direitos às pessoas entre 15 e 29 anos que vivem no País. O direito à meia-entrada, com uma reserva clara de lugares, era um dos pontos mais polêmicos da proposta.

Os ingressos para eventos como a Copa das Confederações e a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, que têm leis específicas, não estão enquadrados nas regras do estatuto e vão depender da decisão dos órgãos responsáveis como a Federação Internacional de Futebol (Fifa). Esse foi um dos maiores impasses suplantados pelos senadores nas negociações para a aprovação da proposta e das emendas apresentadas.

Fonte: Agência Brasil

16 de abril de 2013

Por um Estatuto para toda Juventude brasileira

Confira o artigo escrito por Alfredo Santos Junior (Secretário Nacional de Juventude da CUT)
 
A Juventude brasileira é majoritariamente trabalhadora, está em luta por seus direitos e sua atuação política é determinante para avançarmos em reformas estruturais de nosso país. Esta é a certeza que nos orienta e que ratificamos nas atividades da Jornada de Lutas da Juventude Brasileira, recebida em audiência pela Presidenta Dilma e que reuniu mais de quarenta entidades nacionais de juventude em cerca de vinte capitais brasileiras. E é, também, o que nos permite afirmar que as política públicas de juventude, para serem vitoriosas, devem ser construídas a partir desta premissa.
 
Os dados sobre a juventude brasileira evidenciam que sua absoluta maioria, 73%, está presente no mercado de trabalho (seja empregada ou procurando emprego). Destes, apenas 18% conseguem conciliar o emprego com os estudos (muitas vezes precariamente). A parcela daqueles jovens que não trabalham, apenas estudam, é ainda menor, 14%. Semelhante a dos jovens que não trabalham e não estudam, 13%. O que significa dizer que é a presença no mercado de trabalho, seja ela formalizada ou não, que caracteriza a principal atividade exercida pelos jovens brasileiros, muito mais do que a frequência aos estudos.
 
Parte destes jovens que não estão estudando, são aqueles que já concluíram o ensino médio, técnico e mesmo universitário. Mas, a parcela mais significativa é daqueles jovens de baixa renda que não conseguiram concluir seu ciclo educacional seja por não conseguirem conciliar com o emprego, pela falta de escolas no campo, por falta de creches para deixar os filhos, ou por uma série de outras dificuldades estruturais. Compreender esta atual realidade da juventude é fundamental, especialmente no processo de ampliação de seus direitos e institucionalização das políticas públicas.
 
Este processo vem ganhando cada vez mais força tendo uma importante vitória em 2010 com a aprovação da PEC da Juventude (Emenda Constitucional nº65). Passo decisivo para que os jovens passassem a integrar a agenda das políticas públicas no Brasil, e que inseriu o termo “juventude” no capitulo dos direitos e garantias fundamentais da Constituição Federal, assegurando ao segmento direitos já garantidos às crianças, adolescentes, idosos, indígenas e mulheres.
 
Dando consequência a este processo, construiu-se o projeto de Lei do Estatuto da Juventude. A Central Única dos Trabalhadores posicionou-se desde o início afirmando que os direitos ali garantidos devem ser para toda juventude. Ou seja, para toda população brasileira com idade entre 15 e 29 anos, independentemente de sua condição acadêmica ou no mercado de trabalho.
 
A CUT defende que os direitos da juventude devem alcançar o máximo possível de jovens e, sobretudo, aqueles que mais sofrem com a condição juvenil: os jovens negros/as, as jovens mulheres confinadas ao trabalho doméstico e vítimas da violência sexista, os jovens gays, lésbicas e transexuais alvos da homofobia, os jovens cotidianamente explorados no mercado de trabalho urbano e rural, os jovens indígenas, ribeirinhos, quilombolas. Isso significa dizer que a CUT é contra restringir os direitos previstos no Estatuto apenas para aqueles jovens que estão comprovadamente na condição de estudante. O direito fundamental que a juventude tem de estudar, não pode ser vinculante para a garantia de demais direitos.
 
Após nove anos de constantes debates sobre o Estatuto, as entidades que participam do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) construíram neste ano de 2013, uma proposta consensual para apresentar à sociedade e ao legislativo brasileiro. A CUT teve participação ativa no debate, no diálogo e na formulação desta proposta, junto às demais entidades. Sua aprovação é eixo norteador das ações do Conjuve, uma das demandas consensuais da 2ª Conferência Nacional de Juventude e, para a juventude CUTista, é prioridade urgente.
 
A proposta de Estatuto da Juventude que reivindicamos é aquela consensuada pelas quarenta entidades da sociedade civil que compõe o Conjuve (entre elas CUT, UNE, UBES, Contag, CNTE, OAB, PJ, ABGLT) e que garante, dentre outras conquistas, a universalização da educação básica gratuita e de qualidade, o acesso ao ensino superior e à educação profissional e tecnológica; a proteção contra todos os tipos de discriminação; à participação no processo de produção e acesso a bens culturais e às tecnologias de informação e comunicação e o acesso a equipamentos públicos para práticas esportivas, e o acesso a cultura e ao lazer através da meia entrada para estudantes e jovens cuja renda familiar per capita mensal seja de até 2 salários mínimos.
 
Há setores que, mesmo após a construção do consenso, referenciados por parte dos produtores culturais, e grandes emissoras de televisão, propõe agora restringir os direitos do Estatuto, inserindo cotas máximas de 40% para as meia-entradas, sem qualquer mecanismo de controle social destas cotas. Não aceitamos retrocessos e rechaçamos posturas daqueles que querem cotizar os direitos da juventude e, assim, nos dividir.
 
Exigimos nossos direitos por inteiro. Queremos a meia entrada cultural, sem cotas, para jovens estudantes, e para a juventude de baixa renda.
 
Estamos em luta pela aprovação do Estatuto da Juventude, cientes de nossa responsabilidade histórica em sermos a geração que vai aprovar um estatuto que consolida e amplia direitos para toda juventude brasileira.
 
Somos Fortes, Somos CUT!

3 de abril de 2013

Estatuto da Juventude vai com urgência para o plenário

Substitutivo do senador Paulo Paim é aprovado por unanimidade na Comissão de Assuntos Sociais

O projeto de lei segue nesta tarde diretamente para exame do Plenário do Senado.
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou, nesta quarta-feira (03), o Substitutivo de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), ao Projeto de Lei da Câmara (PLC 98/2011), conhecido como Estatuto da Juventude.
 
Devido a um acordo fechado entre os presidentes das Comissões de Assuntos Sociais, Educação, Direitos Humanos e Meio Ambiente, Fiscalização e Controle; Waldemir Moka (PMDB-MS), Ciro Miranda (PSDB-GO), Ana Rita(PT-ES) e Blairo Maggi (PR-MT), respectivamente, a matéria segue direto para análise em plenário.
 
“Eu me arrisco a dizer que a Juventude de todos os partidos políticos desejam a aprovação desse Estatuto. Todos os partidos enviaram moção de apoio para esta matéria”, disse Paim, durante a apresentação do texto substitutivo.
 
De acordo com um breve resumo lido pelo senador Paim durante a discussão da matéria, o Estatuto da Juventude trata dos direitos da juventude em várias dimensões, como: cidadania, participação social, política, representação social e política, profissionalização, direito ao trabalho e renda, saúde integral, cultura, liberdade de expressão, meio ambiente ecologicamente equilibrado. Também se refere à instrução de Rede Nacional de Juventude, com intuito de fortalecer os Conselhos da Juventude. O Estatuto é para o jovem carente, ou não; estudante, ou não.
 
Alterações na redação do Estatuto
 
O texto do Estatuto da Juventude sofreu algumas alterações durante o processo de discussão com a sociedade, representantes da Juventude de diversos partidos e o Governo Federal. Dentre as mudanças destacas pelo senador Paulo Paim, estão:
 
Idade – De acordo com a proposta aprovada anteriormente pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o Estatuto previa a divisão de jovens em três subcategorias (jovem-adolescente, jovem-jovem e jovem-adulto), divisões essas que se estendiam de 15 aos 29 anos. O novo texto aprovado pela CAS prevê a delimitação de jovem até os 18 anos, assim como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
 
Meia-entrada – Com relação ao direito a meia-entrada, os jovens vão poder usufruir dessa modalidade em todo tipo de evento cultural e/ou esportivo. Esse tipo de benefício não valerá apenas para as competições que já possuem legislação específica, como o caso da Copa das Confederações 2013 e Copa do Mundo 2014, que são regidos pela Lei Geral da Copa.
 
Meios de comunicação – A redação anterior previa a obrigação de que emissoras de rádio e TV veiculassem cinco horas diárias de programação voltada para os jovens. O novo texto prevê que o Poder Público promova programação cultural voltada para jovens.

Autor de quatro emendas ao Substitutivo, o líder do PT no Senado, Wellington Dias (PT-PI) parabenizou o trabalho do senador Paim à frente da relatoria da matéria e disse ter “orgulho” de ter ajudado no acordo que permitiu a aprovação do texto.
 
“Agradeço a esta Comissão pela possibilidade de chegar a esse entendimento e parabenizar o senador Paulo Paim, que esteve dialogando todo esse tempo com diversos setores para chegar a um entendimento que deu como fruto esse relatório. É um prazer aprovar essa matéria e reconhecer que esse é um projeto que tem uma forte participação da sociedade civil, de diversos segmentos, inclusive, cito aqui a Juventude do PT, que participou ativamente da construção dessa matéria, juntamente com a participação da juventude de diversos outros partidos”, destacou Wellington.
 
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) também destacou a construção do consenso obtido e que proporcionou a aprovação da matéria e apontou que o Estatuto da Juventude será mais um forte instrumento para uma importante parcela da sociedade.
 
“Eu considero esse momento muito importante. Esses estatutos (idoso, juventude, pessoa com deficiência) têm sido instrumentos importantes de inserção dessas parcelas no processo social brasileiro. Um país que cuida da sua juventude tem um futuro brilhante”, avaliou.
 
O Estatuto
 
O Estatuto da Juventude destina-se a regulamentar o artigo 227, parágrafo 8º, da Constituição Federal que determina que a lei estabeleça o estatuto, com o intuito de regular os direitos dos jovens. O Projeto de Lei 4.529/2004, na Câmara dos Deputados, foi aprovado com 46 artigos, divididos em dois grandes títulos: a) Dos Direitos e das Políticas Públicas de Juventude; e b) Da Rede e do Sistema Nacionais de Juventude. A matéria chegou ao Senado no final de 2011 e passou por análise na Comissão de Constituição e Justiça, antes da aprovação pela CAS. Aprovado pelo plenário, o texto, por ter sofrido alterações, retorna para análise da Câmara dos Deputados antes de seguir para sanção presidencial.
 
Conheça a íntegra do Substitutivo ao Projeto de Lei da Câmara (PLC 98/2011), Estatuto da Juventude.
 
Fonte: PT no Senado