6 de dezembro de 2012

Quase metade dos Metalúrgicos do ABC tem até 35 anos

Cerca de 51 mil dos 104 mil na base dos Metalúrgicos do ABC têm até 35 anos, afirma estudo da subseção Dieese da FEM/CUT-SP. No Estado de São Paulo, perto de 140 mil trabalhadores em um total de 250 mil na categoria estão com a mesma idade
 
 
Estudo da subseção Dieese da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM/CUT-SP) revelou que 49,2% dos Metalúrgicos do ABC têm até 35 anos de idade. Ou seja, cerca de 51 mil companheiros, de um total de 104 mil trabalhadores, são jovens.
 
O levantamento foi elaborado com base nas informações da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e reúne dados sobre a atividade dos trabalhadores no País.
 
“Esses jovens metalúrgicos trabalham basicamente nas funções ligadas à produção, como operador de máquinas, alimentador da linha de produção, soldador, montador de veículos, prensista, mecânico, entre outros”, explicou Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão, secretário de Formação da FEM/CUT-SP.
 
São Paulo
No Estado de São Paulo os metalúrgicos com até 35 anos representam 55,7% da categoria. São cerca de 140 mil trabalhadores do total de 250 mil companheiros que fazem parte da base da FEM/CUT-SP.
 
Dividindo por atividade, os setores que mais empregam jovens no Estado são o aeroespacial (69,4%), eletroeletrônico (65,4%), outros materiais/transportes (65,3%), naval (61,7%), máquinas e equipamentos (57,2%), siderurgia/metalurgia básica (56,2%) e automotivo (50,1%).
 
Considerando o gênero, 22,5% são mulheres no Estado e a maior concentração delas está no setor eletroeletrônico (52,1%).
 
“Demitir o jovem é mais barato”
Para Wellington Damasceno, da Juventude Metalúrgica do ABC, os principais desafios para o jovem que está iniciando sua carreira são a diminuição da rotatividade e lutar por mais qualificação profissional.
 
No Estado, a rotatividade dos metalúrgicos até 35 anos chega a 39,7%, enquanto na média entre todos os companheiros o índice é de 30,4%. Na base do ABC a média geral é de 17,4%, segundo dados da Subseção do Dieese na FEM/CUT-SP.
 
“Para as empresas custa menos demitir o jovem porque ele recebe salário menor e os encargos são menores. Por isso em nossa idade a rotatividade é grande”, denuncia Wellington.
 
Mais qualificação
Uma das bandeiras de luta do Sindicato que a Juventude Metalúrgica apoia intensamente é trazer para a região uma unidade da Escola Técnica Federal para superar a deficiência na formação profissional dos trabalhadores.
 
“Queremos também que os jovens cheguem às fábricas preparados, invertendo a lógica perversa onde o trabalhador precisa trabalhar para pagar os estudos”, Wellington.
 
Ele acredita que o número de jovens na base deve aumentar, pois a chegada cada vez maior de novas tecnologias nas fábricas abrirá espaço para quem está se formando nas faculdades e escolas de tecnologia.
 
“É um processo de renovação contínuo, que está presente nos meios de produção já faz muito tempo. A mão de obra jovem e mais qualificada será um dos motores da indústria do País nos próximos anos”, finalizou Wellington.
 

4 de dezembro de 2012

Jovens trabalhadores se organizam para a integração do sindicalismo mundial

Intercâmbio conduzido pela IndustriALL Global Union reuniu jovens que trabalham nas indústrias metalúrgica, química e têxtil de nove países, com o objetivo de qualificar a sua atuação nos sindicatos e organizá-los internacionalmente
 
Cerca de 40 participantes de nove países estiveram reunidos na Praia Grande-SP
“É preciso formar novos quadros para o movimento sindical com qualidade. Este encontro, com certeza, foi uma atividade muito importante na qualificação de jovens sindicalistas”. A avaliação é do secretário da Juventude da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, ao referir-se ao Intercâmbio Sindical Internacional para Jovens Trabalhadores da América Latina e Alemanha.
 
O encontro, que durou cinco dias e foi encerrado na última sexta-feira (30), foi o primeiro voltado para a juventude organizado pela IndustriALL Global Union – a entidade sindical internacional que congrega as entidades sindicais de trabalhadores dos setores metalúrgicos, químico e têxtil –, em parceria com a Fundação Friedrich Ebert. Reuniu 40 jovens dos três setores do Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile, Colômbia, Peru, Nicarágua e Alemanha.
 
Ao longo dos cinco dias de intercâmbio, os participantes puderam – além de trocar experiências e informações sobre as práticas sindicais nesses países – conhecer mais a fundo o sindicalismo brasileiro e os projetos da CUT e da Força Sindical. “Os trabalhadores dos outros países tiveram a oportunidade de ter contato com a ação sindical que nós, cutistas, desenvolvemos para a juventude e também compreender o que diferencia a atuação das duas centrais sindicais brasileiras no que se refere à concepção e prática sindical e às políticas de gênero, por exemplo”, informou Leandro Soares.
 
O secretário da Juventude da CNM/CUT destacou ainda que foi possível constatar as diferentes realidades no movimento sindical dos países participantes. Ele destacou, como aspecto negativo, a prática antissindical e repressiva na Colômbia – com assassinatos de dirigentes sindicais – e o grau de organização sindical na Alemanha, como os dois extremos no cotidiano das entidades dos trabalhadores.
 
“Estes relatos só comprovaram para os participantes a importância da união internacional entre os trabalhadores e também, no nível nacional, da união entre os trabalhadores do ramo industrial para combater as práticas nocivas e para fortalecer a organização sindical”, assinalou Leandro.
 
O Intercâmbio foi realizado na Praia Grande (SP) e, além das reuniões, palestras e oficinas, os participantes visitaram uma indústria química em Cubatão – do grupo Vale – e a unidade da Mercedes Benz em São Bernardo do Campo. Conheceram também a sede da Rede TVT (a TV dos Trabalhadores, emissora de televisão outorgada ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, filiado à CNM/CUT) e as instalações da Força Sindical. “Com certeza, este primeiro intercâmbio organizado pela IndustriALL contribuirá muito para qualificar a ação sindical dos jovens sindicalistas em seus sindicatos e junto aos trabalhadores”, ressaltou o dirigente da CNM/CUT.
 
O projeto da IndustriALL terá mais duas etapas. Em agosto de 2013, haverá o encontro na Argentina e em 2014, na Alemanha. Mas os trabalhadores envolvidos continuarão suas atividades de intercâmbio por meio de plataforma de internet criada pelo IG Metall – o sindicato de metalúrgicos da Alemanha –, que permitirá videoconferências, abrigará um blog e permitirá ainda atividades de ensino à distância.
 
Projeto SASK
 
A coordenação do projeto IndustriALL-Sask, voltado para jovens de cinco países
Antes deste intercâmbio, também na Praia Grande, foi realizado nos dias 23 e 24 o encontro da coordenação de outro projeto voltado para a juventude trabalhadora do ramo industrial. Trata-se da parceria entre a IndustriALL e a Sask, centro de solidariedade do movimento sindical da Finlândia, voltado para cinco países latino-americanos: Brasil, Uruguai, Colômbia, Nicarágua e México.
 
O projeto tem o objetivo de formar novas lideranças sindicais dos setores metalúrgico, químico e têxtil e será conduzido de 2013 a 2015. Dele participarão 25 jovens de cada país. No caso do Brasil, estes trabalhadores são das bases de sindicatos da CUT e da Força Sindical. Haverá dois encontros anuais por país e cada nação terá dois representantes na coordenação para definir as ações, que têm o objetivo de expandir a atuação dos jovens no movimento sindical. Este ano, foi feito o projeto piloto.
 
Fonte: Imprensa CNM/CUT