4 de dezembro de 2012

Jovens trabalhadores se organizam para a integração do sindicalismo mundial

Intercâmbio conduzido pela IndustriALL Global Union reuniu jovens que trabalham nas indústrias metalúrgica, química e têxtil de nove países, com o objetivo de qualificar a sua atuação nos sindicatos e organizá-los internacionalmente
 
Cerca de 40 participantes de nove países estiveram reunidos na Praia Grande-SP
“É preciso formar novos quadros para o movimento sindical com qualidade. Este encontro, com certeza, foi uma atividade muito importante na qualificação de jovens sindicalistas”. A avaliação é do secretário da Juventude da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, ao referir-se ao Intercâmbio Sindical Internacional para Jovens Trabalhadores da América Latina e Alemanha.
 
O encontro, que durou cinco dias e foi encerrado na última sexta-feira (30), foi o primeiro voltado para a juventude organizado pela IndustriALL Global Union – a entidade sindical internacional que congrega as entidades sindicais de trabalhadores dos setores metalúrgicos, químico e têxtil –, em parceria com a Fundação Friedrich Ebert. Reuniu 40 jovens dos três setores do Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile, Colômbia, Peru, Nicarágua e Alemanha.
 
Ao longo dos cinco dias de intercâmbio, os participantes puderam – além de trocar experiências e informações sobre as práticas sindicais nesses países – conhecer mais a fundo o sindicalismo brasileiro e os projetos da CUT e da Força Sindical. “Os trabalhadores dos outros países tiveram a oportunidade de ter contato com a ação sindical que nós, cutistas, desenvolvemos para a juventude e também compreender o que diferencia a atuação das duas centrais sindicais brasileiras no que se refere à concepção e prática sindical e às políticas de gênero, por exemplo”, informou Leandro Soares.
 
O secretário da Juventude da CNM/CUT destacou ainda que foi possível constatar as diferentes realidades no movimento sindical dos países participantes. Ele destacou, como aspecto negativo, a prática antissindical e repressiva na Colômbia – com assassinatos de dirigentes sindicais – e o grau de organização sindical na Alemanha, como os dois extremos no cotidiano das entidades dos trabalhadores.
 
“Estes relatos só comprovaram para os participantes a importância da união internacional entre os trabalhadores e também, no nível nacional, da união entre os trabalhadores do ramo industrial para combater as práticas nocivas e para fortalecer a organização sindical”, assinalou Leandro.
 
O Intercâmbio foi realizado na Praia Grande (SP) e, além das reuniões, palestras e oficinas, os participantes visitaram uma indústria química em Cubatão – do grupo Vale – e a unidade da Mercedes Benz em São Bernardo do Campo. Conheceram também a sede da Rede TVT (a TV dos Trabalhadores, emissora de televisão outorgada ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, filiado à CNM/CUT) e as instalações da Força Sindical. “Com certeza, este primeiro intercâmbio organizado pela IndustriALL contribuirá muito para qualificar a ação sindical dos jovens sindicalistas em seus sindicatos e junto aos trabalhadores”, ressaltou o dirigente da CNM/CUT.
 
O projeto da IndustriALL terá mais duas etapas. Em agosto de 2013, haverá o encontro na Argentina e em 2014, na Alemanha. Mas os trabalhadores envolvidos continuarão suas atividades de intercâmbio por meio de plataforma de internet criada pelo IG Metall – o sindicato de metalúrgicos da Alemanha –, que permitirá videoconferências, abrigará um blog e permitirá ainda atividades de ensino à distância.
 
Projeto SASK
 
A coordenação do projeto IndustriALL-Sask, voltado para jovens de cinco países
Antes deste intercâmbio, também na Praia Grande, foi realizado nos dias 23 e 24 o encontro da coordenação de outro projeto voltado para a juventude trabalhadora do ramo industrial. Trata-se da parceria entre a IndustriALL e a Sask, centro de solidariedade do movimento sindical da Finlândia, voltado para cinco países latino-americanos: Brasil, Uruguai, Colômbia, Nicarágua e México.
 
O projeto tem o objetivo de formar novas lideranças sindicais dos setores metalúrgico, químico e têxtil e será conduzido de 2013 a 2015. Dele participarão 25 jovens de cada país. No caso do Brasil, estes trabalhadores são das bases de sindicatos da CUT e da Força Sindical. Haverá dois encontros anuais por país e cada nação terá dois representantes na coordenação para definir as ações, que têm o objetivo de expandir a atuação dos jovens no movimento sindical. Este ano, foi feito o projeto piloto.
 
Fonte: Imprensa CNM/CUT

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