Cerca de 51 mil dos 104 mil na base dos Metalúrgicos do ABC têm até 35 anos, afirma estudo da subseção Dieese da FEM/CUT-SP. No Estado de São Paulo, perto de 140 mil trabalhadores em um total de 250 mil na categoria estão com a mesma idade
Estudo da subseção Dieese da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM/CUT-SP) revelou que 49,2% dos Metalúrgicos do ABC têm até 35 anos de idade. Ou seja, cerca de 51 mil companheiros, de um total de 104 mil trabalhadores, são jovens.
O levantamento foi elaborado com base nas informações da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e reúne dados sobre a atividade dos trabalhadores no País.
“Esses jovens metalúrgicos trabalham basicamente nas funções ligadas à produção, como operador de máquinas, alimentador da linha de produção, soldador, montador de veículos, prensista, mecânico, entre outros”, explicou Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão, secretário de Formação da FEM/CUT-SP.
São Paulo
No Estado de São Paulo os metalúrgicos com até 35 anos representam 55,7% da categoria. São cerca de 140 mil trabalhadores do total de 250 mil companheiros que fazem parte da base da FEM/CUT-SP.
No Estado de São Paulo os metalúrgicos com até 35 anos representam 55,7% da categoria. São cerca de 140 mil trabalhadores do total de 250 mil companheiros que fazem parte da base da FEM/CUT-SP.
Dividindo por atividade, os setores que mais empregam jovens no Estado são o aeroespacial (69,4%), eletroeletrônico (65,4%), outros materiais/transportes (65,3%), naval (61,7%), máquinas e equipamentos (57,2%), siderurgia/metalurgia básica (56,2%) e automotivo (50,1%).
Considerando o gênero, 22,5% são mulheres no Estado e a maior concentração delas está no setor eletroeletrônico (52,1%).
“Demitir o jovem é mais barato”
Para Wellington Damasceno, da Juventude Metalúrgica do ABC, os principais desafios para o jovem que está iniciando sua carreira são a diminuição da rotatividade e lutar por mais qualificação profissional.
Para Wellington Damasceno, da Juventude Metalúrgica do ABC, os principais desafios para o jovem que está iniciando sua carreira são a diminuição da rotatividade e lutar por mais qualificação profissional.
No Estado, a rotatividade dos metalúrgicos até 35 anos chega a 39,7%, enquanto na média entre todos os companheiros o índice é de 30,4%. Na base do ABC a média geral é de 17,4%, segundo dados da Subseção do Dieese na FEM/CUT-SP.
“Para as empresas custa menos demitir o jovem porque ele recebe salário menor e os encargos são menores. Por isso em nossa idade a rotatividade é grande”, denuncia Wellington.
Mais qualificação
Uma das bandeiras de luta do Sindicato que a Juventude Metalúrgica apoia intensamente é trazer para a região uma unidade da Escola Técnica Federal para superar a deficiência na formação profissional dos trabalhadores.
Uma das bandeiras de luta do Sindicato que a Juventude Metalúrgica apoia intensamente é trazer para a região uma unidade da Escola Técnica Federal para superar a deficiência na formação profissional dos trabalhadores.
“Queremos também que os jovens cheguem às fábricas preparados, invertendo a lógica perversa onde o trabalhador precisa trabalhar para pagar os estudos”, Wellington.
Ele acredita que o número de jovens na base deve aumentar, pois a chegada cada vez maior de novas tecnologias nas fábricas abrirá espaço para quem está se formando nas faculdades e escolas de tecnologia.
“É um processo de renovação contínuo, que está presente nos meios de produção já faz muito tempo. A mão de obra jovem e mais qualificada será um dos motores da indústria do País nos próximos anos”, finalizou Wellington.
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