29 de outubro de 2012

CUT-DF lança Coletivo de Juventude

Dirigentes vão formular uma plataforma em defesa dos/as jovens, cobrando do governo comprometimento com as reivindicações da juventude trabalhadora
 
Cerca de 25% da população economicamente ativa tem entre 19 e 25 anos. Mesmo assim, esta parcela representativa da sociedade constitui um dos segmentos mais frágeis na disputa por um posto de trabalho e representa o grupo que encara o problema do desemprego de forma mais latente. E quando o jovem consegue uma ocupação, normalmente as características podem ser adjetivadas como menos regular e mais precarizada. Com o intuito de inserir o jovem como personagem ativo na formulação de políticas públicas, tornando assim o cenário social mais favorável ao grupo, a CUT-DF lançou na quarta-feira (24) o Coletivo de Juventude da CUT-DF.
 
De acordo com o secretário de Juventude da CUT Nacional, Alfredo Santos, “a juventude não pode ser objeto de política. Ela tem que ser sujeito de política”. Para ele, somente com a inserção dos jovens nos espaços políticos, como direções sindicais e parlamento, será possível construir “um modelo alternativo e democrático popular com horizontes transitórios para a sociedade socialista”.
 
Alfredo ainda ressaltou que o cenário a ser estabelecido na América Latina após o período da crise econômica europeia dependerá essencialmente da organização da classe trabalhadora, em especial dos jovens. “Na Europa, a gente vê o aumento da austeridade fiscal e da direita. Na América Latina, a construção do cenário pós-transitório dependerá de nós”, afirma.
 
Apesar de o Distrito Federal mostrar índices alarmantes quando analisados o segmento de jovens, o integrante da Coordenadoria de Juventude do GDF, Yuri Soares, informou durante o lançamento do Coletivo de Juventude da CUT-DF que o governo do DF projeta ações importantes para a construção de políticas públicas para a juventude. Yuri Soares disse que, atualmente, a Coordenadoria tem dois projetos: a criação de Centros de Juventude nas cidades do DF, onde serão desenvolvidas atividades de lazer, cultura, debates; e a criação dos Conselhos de Juventude, que funcionarão como órgãos fiscalizadores do governo, além de propor políticas públicas.
 
A proposta da implementação dos Conselhos de Juventude foi apresentada na forma de projeto de lei, que está em apreciação na Câmara Legislativa. “É preciso que os sindicatos e o movimento social realize debates sobre o processo de eleição dos Conselhos, que ainda não está acertado”, aconselha Yuri Soares.
 
Políticas Nacionais
Durante o lançamento do Coletivo de Juventude da CUT-DF, o dirigente da CUT Pernambuco, Paulo de Souza, lembrou que durante os governos Lula e Dilma foram tomadas várias iniciativas que beneficiaram a juventude, ainda não suficientes para dar ao grupo isonomia de condições com outros segmentos da sociedade.
 
Em 2005 foi criada a Lei 11.129/2005, que institui o Programa Nacional de Inclusão de Jovens – ProJovem; cria o Conselho Nacional da Juventude – Conjuve e a Secretaria Nacional de Juventude. O Conjuve, que conta com a representação da CUT, tem, entre suas atribuições, a de formular e propor diretrizes voltadas para as políticas públicas de juventude, desenvolver estudos e pesquisas sobre a realidade socioeconômica dos jovens e promover o intercâmbio entre as organizações juvenis nacionais e internacionais.
 
O dirigente cutista também citou a PEC da Juventude, transformada na Emenda Constitucional nº 65, insere o termo jovem no capítulo dos Direitos e Garantias Fundamentais da Constituição Federal, assegurando ao segmento direitos que já foram garantidos constitucionalmente às crianças, adolescentes, idosos, indígenas e mulheres.
 
Na falação de Paulo de Souza, o dirigente ainda informou que o Estatuto da Juventude, já aprovado pela Câmara dos Deputados, tem relatoria no Senado Federal por Paulo Paim (PT-RS), que já anunciou a intenção de aprovar o Estatuto ainda este ano.
 
Formação
A política de formação da CUT, um processo contínuo, trabalha a consciência do dirigente sindical para combater os tipos de discriminação através de dimensões política, culturais e técnicas, de forma libertária e reflexiva. “A formação é o empoderamento da liderança sindical”, avalia a secretária de Formação da CUT-DF, Bernardete Diniz.
 
De acordo com a dirigente, a CUT-DF trabalhará uma parceria entre as secretarias de Juventude e de Formação para realizar o trabalho também com os jovens, preparando-os para ocupar os espaços de liderança sindical.
 
“Este primeiro momento do Coletivo de Juventude da CUT-DF foi muito produtivo. Aqui tivemos o embasamento para a luta. Continuaremos nos reunindo para formular uma plataforma em defesa do jovem, cobrando do governo o cumprimento das nossas reivindicações”, avaliou o secretário de Juventude da CUT-DF, Douglas de Almeida.
 
Fonte: CUT-DF

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