2 de outubro de 2012

Jovens do Brasil usam mais redes sociais do que adolescentes europeus

Pesquisa realizada pela CGI.br mostra que 70% dos jovens brasileiros com idade entre 9 e 16 anos possuem perfil em alguma rede social. Na Europa, número é de 57%

O Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) divulgou na terça-feira (2/10) os resultados da primeira pesquisa TIC Kids Online Brasil, que visa levantar dados sobre as oportunidades online e o uso seguro da Internet na faixa etária de 9 a 16 anos.
 
O estudo aponta que 70% das crianças e adolescentes brasileiros possuem um perfil em alguma rede social, sendo 42% deles usuários de 9 a 10 anos e 83% na faixa etária entre 15 e 16 anos. “Chama atenção o fato do uso das redes sociais no Brasil superar o uso na Europa entre crianças nessa faixa etária, onde atinge 57%”, afirma o gerente do CETIC.br, Alexandre Barbosa.
 
Dentre os participantes ativos das redes sociais, 42% possuem perfis privados, configurado de forma que apenas os amigos consigam visualizá-lo. Outros 31% possuem perfil parcialmente privado, permitindo que amigos de contatos também possam visualizá-lo. Apenas 25% possuem perfis públicos, que podem ser visualizados por qualquer pessoa e 2% desconhecem essa configuração de privacidade.
 
“Internet com segurança”
 
Segundo o estudo, 71% dos pais e responsáveis acreditam que seus filhos utilizam a internet de modo seguro. “Embora os pais sejam importantes mediadores das crianças e adolescentes no uso da Internet, os resultados da pesquisa mostram que sua percepção dos riscos no uso da Internet é baixa”, diz Barbosa.
 
A pesquisa também mostra que 59% dos usuários sabem bloquear mensagens de uma pessoa e 44% declararam ser capaz de bloquear spam. Já em relação a questões mais complexas, 55% disseram saber encontrar informações sobre como usar a Internet com segurança e 41% saberiam comparar diferentes páginas na web, a fim de verificar se as informações são verdadeiras.
 
Outro indicador demonstra que 23% dos usuários de Internet de 11 a 16 anos já tiveram contato com alguém que não conhecia pessoalmente por meio da rede. Entre os que fizeram esse contato, cerca de um quarto declarou ter se encontrado pessoalmente com esse desconhecido.
 
Outro dado analisado pelo estudo é a percepção que os pais ou responsáveis possuem da utilização da Internet por seus filhos. Mais de um terço deles (37%) acredita não ser provável que seu filho passe por alguma situação de incômodo ou constrangimento na Internet nos próximos seis meses e 35% acham que os filhos são suficientemente capazes de lidar essas situações, caso ocorram.
 
Mesmo assim, 22% das crianças e adolescentes entrevistados declarou ter passado por alguma situação de incômodo ou chateação nos últimos 12 meses e praticamente metade (47%) disse que esse tipo de situação aconteceu na Internet.
 
Usos mais comuns
 
Além disso, o levantamento aponta que 47% dessas crianças e adolescentes utilizam a Internet todos os dias, ou quase todos os dias, de diversas maneiras. Destaque para o acesso da rede nas escolas (42%), no domicílio (40%), na lanhouse (35%) e pelo celular, que é citado por 18% dos entrevistados.
 
Dentre as atividades realizadas frequentemente na rede por essa faixa etária estariam em primeiro lugar a realização de trabalhos escolares (82%), seguido pelo acesso a plataformas sociais (68%).
 
Entre as outras atividades citadas estão: assistir vídeos no YouTube (66%), jogar online e usar mensagens instantâneas (54%). Atividades mais complexas ou interativas, como postar conteúdos, estão entre as menos citadas, sendo 40% “postar fotos, vídeos ou músicas”, e 24% “escrever mensagem em um site”. A proporção de usuários de Internet nessa faixa etária que escreveu em um blog no último mês é de apenas 10%.
 
Pesquisa
 
A pesquisa é resultado de um acordo entre o Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br) e a London School of Economics (LSE) para trazer para o Brasil a metodologia utilizada na pesquisa europeia EU Kids Online e foi conduzida em 25 países da Europa em 2010.
 
O Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br) adaptou o modelo europeu da pesquisa à realidade brasileira, mantendo a comparabilidade com os resultados dos demais países. No total, foram realizadas 1.580 entrevistas com crianças e adolescentes e o mesmo número de pais. Os dados estão disponíveis em www.cetic.br.
 
Fonte: IDGnow

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