30 de março de 2012

Desafios da CUT com a Juventude

Os desafios da CUT com a Juventude são muitos e vão além da relação com os jovens filiados. Em primeiro lugar, se faz necessário o entendimento da importância da temática juventude, inserindo o debate dentro da Central e replicando as discussões em todos os locais onde a CUT atua. A CUT deve ter propostas para os jovens trabalhadores, sindicalizados ou não. Deve ter um diálogo mais aproximado com as juventudes partidárias. Deve absorver a temática por conta da quantidade de jovens que o país tem hoje e o impacto que esta atitude representa. Deve mais uma vez ser pioneira nas discussões trabalhistas e ter propostas para estes jovens que representam o futuro do país e que o Brasil depende deles para continuar se desenvolvendo e crescendo.

Ao longo dos anos que se passaram desde a criação da CUT, muitos debates aconteceram na juventude e nós fomos nos organizando e nos formando, conseguindo assim montar com muito custo o Coletivo Nacional de Jovens. Esta nossa inserção aconteceu em um período muito rico de debates. Mas quando olho para trás para fazer um balanço deste período, não consigo vislumbrar grandes resultados nem tantos avanços como gostaria e como acredito que poderíamos ter feito. O pouco que restou deste período em que a temática foi inserida nas discussões, se limita ao Coletivo e as Secretarias de Juventude nos estados e na nacional. Penso que isso é pouco para o tamanho da sede destes personagens que fizeram parte do início desta empreitada, quando ainda estávamos em formação. Faltam talvez políticas e ações mais objetivas, direcionadas para este contingente enorme de jovens trabalhadores que carecem de um olhar mais cuidadoso da Central. Falta ainda que os idealizadores e fundadores da CUT possam ceder a vez e dar acesso aos espaços de direção aos jovens que se formam em todo o país. Eu penso que deveria ser feita uma grande campanha de formação por este Brasil, onde nós, assim que passássemos por esta formação, pudéssemos ocupar espaços de direção de fato, oxigenando e renovando a CUT. A história da CUT é de uma riqueza muito grande, mas quando vamos para a prática, ficamos decepcionados com a prática de muitos dirigentes antigos. Vemos que todo nosso trabalho e dedicação não valem nada, a não ser ajudar a manter os mesmos indivíduos nos seus espaços de poder.

Mais uma vez estamos chegando no período de mudança da direção da entidade. Continuo pensando que a disputa que se deu dentro da Articulação foi muito pequena. Entendo que SP foi o berço da CUT, mas talvez fosse importante para a Central ter pela primeira vez um Presidente que vivesse a realidade da relação com o trabalhador em outro estado do país. Somos muitos países em um só. É preciso replicar isso dentro da CUT e para fora dela. Já havia me manifestado a este respeito, mas mesmo desapontado com os rumos dados e as definições feitas, ainda acredito que é nosso papel sonhar. Sonhar com melhorias na entidade, sonhar com um programa onde devemos resgatar alguns valores perdidos ao longo do tempo e principalmente, sonhar com prioridade. Prioridade, no meu entender é poder ter autonomia para escolher nossos representantes nos estados e na nacional, estando dentro do programa de gestão, com mais espaços em outras pastas, com percentual financeiro para planejamento, formação e execução das ações.

Meus companheiros, temos um grande desafio pela frente. Mudar o mundo sindical que conhecemos, mudar o pensamento retrógrado dos nossos dirigentes e fazer de uma vez por todas que eles saibam que estamos reivindicando nosso espaço, que somos capacitados e estamos preparados para dirigir a entidade. Diante disso tudo, sugiro que façamos um grande encontro da JUVART aqui em Brasília, para juntos pensarmos em uma única linha para adotar em nossas intervenções, pensarmos de que maneira vamos poder propor ações que realmente façam a diferença na vida dos jovens trabalhadores, de que maneira poderemos renovar a CUT para que ela tenha uma maior abrangência e representação.

Saudações CUTistas,

Pedro Henrichs

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